5 desafios que as companhias aéreas podem enfrentar na retomada – e como solucioná-los

Após um longo período de incerteza sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus, bem como se os países estariam aptos a liberar novamente suas fronteiras para viajantes estrangeiros, as companhias aéreas veem melhores perspectivas para o aumento de suas operações em 2022. Mas quais são os 5 principais desafios que uma empresa aérea pode ter neste período, e como solucioná-los?

O primeiro é uma certa resistência dos passageiros, em virtude do aumento do preço das passagens. Essa questão tem sido muito comentada, mas a verdade é que praticamente o preço de todas as coisas aumentou. Além disso, não podemos nos esquecer de que as companhias aéreas passaram quase dois anos com sua operação bastante reduzida, e até inexistente em alguns períodos. Então, sem dúvida, o aumento de preços é causado por dois aspectos: a alta do petróleo e a constante variação cambial do dólar.

Uma solução interessante pode ser fazer algumas promoções para destinos menos concorridos, aumentar a forma de parcelamento dos bilhetes, tornando assim o transporte aéreo mais acessível, mais próximo da situação que vivíamos até o começo de 2020.

O segundo desafio é a mudança de perfil de viagens. Antes da pandemia, as viagens corporativas eram significativas para geração de receita das companhias aéreas. Entretanto, durante os últimos dois anos, nos acostumamos com as reuniões virtuais e, possivelmente, as viagens corporativas devem diminuir. Ainda assim, a meu ver, para alguns assuntos, nada substitui a interação pessoal. Uma solução pode ser incentivar viagens familiares, para locais nos quais seja possível trabalhar de forma remota. Isso porque, com a disseminação do trabalho híbrido e home-office por grande parte dos trabalhadores brasileiros, pode ser que as pessoas estejam mais dispostas a fazer viagens e mudar o local de home-office, o que lhes proporciona mais qualidade de vida.

Há um terceiro ponto que é constante: a alta do combustível, que impacta severamente não só no custo do bilhete aéreo, conforme já falamos, mas o custo operacional das empresas aéreas. Uma solução é o investimento em biocombustíveis. As conversas estão avançando no Brasil e já existem políticas neste sentido ao redor do mundo, incentivando companhias aéreas internacionais a adquirir bioquerosene de aviação e utilizar em parte de seus transportes.

O quarto ponto é a excessiva judicialização dos conflitos entre companhias aéreas e passageiros. Um caminho poderia ser divulgar os canais alternativos de solução de conflito, ressaltando seu alto índice de sucesso, para que fique claro que não é necessário que os conflitos sejam levados ao judiciário para que sejam rapidamente solucionados.

O quinto desafio consiste nos eventos imprevistos que podem diminuir a procura pelos serviços, como a guerra que está ocorrendo entre Rússia e Ucrânia. Esse é um problema de difícil solução, pois, suas consequências estão fora do alcance das companhias aéreas. Uma forma de mitigar os danos é estar sempre muito antenado aos acontecimentos e, ao menor sinal de algo impactante, pode fazer a diferença priorizar as rotas mais relevantes e cortar alguns custos, que possam preservar a saúde financeira da empresa.

 

Nicole Villa | Advogada de Di Ciero Advogados

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